Gente olhem só que sensacional o blog dessa menina.
Já falamos um pouco sobre o livro Roupa de Artista, que mostra pintores que também trabalhavam como "modistas", por exemplo Velàzquez. Aqui no Brasil, a coisa começou com Jean-Baptiste Debret, que veio como integrante da Missão Artística Francesa em 1816.
Não é mencionado se as criações de vestimentas da corte são suas, mas através dos quadros que pintou, podemos perceber semelhanças com revistas de moda da europa, além da riqueza de detalhes em pequenos espaços. Em seu livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Debret diz que no reinado de D. Pedro I as roupas tiveram um momento de brilho.
Além da realeza, a beleza das peles negras e mestiças o encantavam. Aquarelas e desenhos registraram as roupas, adereços, detalhes de cabelo, penteados, jóias, e o movimento da vida de cada uma. As ruas do rio eram repletas de negras que vendiam frutas, quitutes, que trabalhavam, e eram exploradas. Sempre fazia anotações sobre vestimentas:
A moda no Brasil passava por uma mistura. As brancas chegavam da europa trazendo os modos franceses; as negras traziam seus mantos e cores da áfrica; e as colonas estavam se libertando das mantilhas escuras que as excluíam da sociedade.
Além dos livros de Debret, existem outros que falam de uma forma gostosa de ler sobre nosso país naquela época: A cidade e a Moda, de Maria do Carmo Teixeira Rainho; e alguns livros de Gilberto Freyre como A vida social no Brasil nos meados do século XIX.
Recém formada em fashion design Stine Ladefoged, trabalhou com primor o tricôt em sua coleção final. A forma como ela molda a roupa no corpo, com volumes e detalhes, da vida a uma imagem delicada e dramática.
No site da Dazed tem uma entrevista e mais detalhes sobre a coleção.
Semana passada as alunas da FUMEC (nós!) fizemos uma visita ao Centro Técnico de Produção do Palácio das Artes. Para quem não mora aqui em BH, este é o local onde são feitos, armazenados e conservados todos os figurinos, cenografias e adendos do Palácio das Artes. Para saber a história do Marzagão e sobre o Palácio das Artes é so clicar no link acima.
Fomos muito bem recebidas por Raul Belém Machado e Fernanda Lopes, que nos mostraram um pouco sobre os segredos e como funciona este lugar. Também são ministrados cursos ao longo do ano, que aliás estão abertas inscrições e começam dia 5 de abril. O Centro fica em Sabará, mas não se preocupem com transporte pois sai um ônibus da porta do Palácio levando o pessoal. Mais sobre os cursos aqui.
O trabalho de Martine Van't Hul fala sobre a memoria e o moderno, na medida que junta tecidos sintéticos com tecidos feito à mão, onde é possível ter nostalgia e ao mesmo tempo olhar para o futuro, tornando seu trabalho atemporal.
O detalhamento e a delicadeza de suas peças criaram um estilo bem pessoal. A mistura de tecidos, plumas, peles, miçangas e rendas surgiu de várias referências, desde o estilo dos piratas até caixas de chocolate antigas como diz Martine. As cores que a designer geralmente usa também evoca este sentimento de nostalgia: tons lavados, nudes, pele, pérolas e brancos, caem em contraste com as aplicações mais robustas e escuras.
Os bordados também se transformaram em ilustrações de moda. Linhas de desenhos ganham força com expressivas linhas de costura, pedacinhos de tecidos e miçangas.
Para ver um pouco mais deste projeto de ilustrações o site é este: www.fleurvanmaarschalkerwaart.com
Últimos dias para conferir as fotografias de Otto Stupakoff no Palácio das Artes! A exposição encerra neste domingo dia 21 de março e a entrada é franca.
Otto foi o primeiro fotógrafo de moda brasileira.
Fez ensaios para grandes revistas, como Vogue, Marie Claire, Cosmopolistan, Harper's Bazaar, Elle e Glamour, Life, Esquire e Look.
Jardins de Bologne, Paris
Sua principal referência era Richard Avedon “Mas ele era um gênio, eu não sou”, disse na entrevista publicada na revista “CartaCapital”.
Além dos editoriais de moda, destacou-se pelos retratos de celebridades como Truman Capote, Grace Kelly, Jack Nicholson, Duda Cavalcanti, Sharon Tate, Tom Stoppard, Leonard Cohen, Paul Newman, Sophia Loren, Jorge Amado, Antônio Carlos Jobim, Pelé, Kate Moss e também retratos de pessoas anônimas.
Jack Nicholson foi muito grosseiro com Otto, o ator reclamou do local escolhido para as fotos a sessão durou apenas dois cliques.
Último editorial de moda de sua carreira para a revista“Mit”.
A antiga fábrica 104 Tecidos, como a maioria das pessoas aqui de BH já sabem, se transformou em um espaço cultural super bacana. Nesta semana e na outra vai rolar uma programação especial nas sessões de filmes Cine 104. Com filmes selecionados de vários festivais, as produções refletem sobre o cinema atual e nossos comportamentos.
Um dos filmes que passa (hoje!) é o "documentário ficção" Yves Klein. A revolução Azul, sobre a obra e a vida de Yves KLein. Narrado pelo próprio artista e composto por imagens pessoais misturadas às fictícias, o filme é uma espécie de quebra-cabeças que nos fala um pouco sobre o homem, sua obra, e o mundo que viveu.
O trabalho de Klein é marcado pela cor azul forte que utilizava e que acabou patenteando, e as performances das mulheres que eram pintadas por ele e depois se jogavam nas telas.
O designer carioca Gilson Martins, hoje conhecido como “O Homem Bolsa”, revolucionou o designer reciclando sobras de matérias de bolsas para construir outras.
Formado em Belas Artes, Cenografia e Figurino, Gilson foi o primeiro designer a usar a bandeira do Brasil na Moda. Tudo começou quando o designer, cansado de remendar sua velha mochila, desmontou, copiou o molde e construiu uma nova mochila com lona de cadeira de praia, usando todo o conhecimento que aprendeu dentro de casa, seu pai trabalhava com estofamento e sua mãe era costureira.
De brincadeira, começou vendendo bolsas, porta lápis, pasta portifólio e entre outras coisas, para os alunos e professores da faculdade. A partir daí, Gilson foi criando sua identidade, queria transformar o plástico em material de luxo, coisa que não existia nos anos 80. Assim chegou à Puc com um projeto que agradou os reitores da Universidade e montou a primeira loja 'Pilotis', no Campus. Lá desenvolveu adesivos, camisetas, cadernos, pastas, estojos e tudo mais que pudesse atender os alunos, todos com o brasão da Puc e nomes dos cursos.
Logo começou a fornecer para marcas como a Company, Fabricatto, Blue Man, Shop 126, Yes Basil, entre outras. Eram as lojas de vanguarda da época, que procuravam inovações.
Foi em 1990 que seu trabalho foi além da moda, transformou sua bolsa em obra de arte. Em 93 fez sua primeira exposição na Galeria da Caixa Econômica Federal, assim nasceram as primeiras bolsas-esculturas. A partir daí vieram muitas outras exposições: no Museu do Louver, Galerias Lafaayette, Festiva de Cannes, Copa de 2006 em Berlim e Semana de Design em Milão.
Gilson Martins representa a cultura do Rio de Janeiro em suas bolsas com imagens do Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Copacabana e Lapa. De forma bem colorida encontramos bolsas de todos os tipos e tamanhos, masculinas e femininas. Além disso também tem carteiras, nécessaire, porta níquel, porta cartão, malas, porta ipod, porta câmera e entre outras coisas.
