segunda-feira, 29 de março de 2010

Jean-Baptiste Debret

Já falamos um pouco sobre o livro Roupa de Artista, que mostra pintores que também trabalhavam como "modistas", por exemplo Velàzquez. Aqui no Brasil, a coisa começou com Jean-Baptiste Debret, que veio como integrante da Missão Artística Francesa em 1816.

Com a vinda da corte Portuguesa ao Brasil em 1808, vários pesquisadores vieram com o intuito de estudar e registrar o que se passava por aqui. Debret era considerado o "pintor da história" e o mais novo professor da recém formada Escola Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Retratou os soberanos, os momentos históricos que presenciou, e a vida cotidiana no rio. Também trabalhou para criar uma imagem jovem ao país, redesenhando a bandeira brasileira, obras de ornamentação pública, vestimentas religiosas, militares e provavelmente as roupas de gala dos nobres.

Não é mencionado se as criações de vestimentas da corte são suas, mas através dos quadros que pintou, podemos perceber semelhanças com revistas de moda da europa, além da riqueza de detalhes em pequenos espaços. Em seu livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Debret diz que no reinado de D. Pedro I as roupas tiveram um momento de brilho.

Além da realeza, a beleza das peles negras e mestiças o encantavam. Aquarelas e desenhos registraram as roupas, adereços, detalhes de cabelo, penteados, jóias, e o movimento da vida de cada uma. As ruas do rio eram repletas de negras que vendiam frutas, quitutes, que trabalhavam, e eram exploradas. Sempre fazia anotações sobre vestimentas:

"Aí as encontramos, com efeito, vestidas de modo estranhamente rebuscado, com as cores mais alegres e brilhantes..."

A moda no Brasil passava por uma mistura. As brancas chegavam da europa trazendo os modos franceses; as negras traziam seus mantos e cores da áfrica; e as colonas estavam se libertando das mantilhas escuras que as excluíam da sociedade.

Debret retornou à França em 1831 e publicou seus resgistros. Seu trabalho documental sobre o Brasil possibiltou uma melhor compreenção do país.

Além dos livros de Debret, existem outros que falam de uma forma gostosa de ler sobre nosso país naquela época: A cidade e a Moda, de Maria do Carmo Teixeira Rainho; e alguns livros de Gilberto Freyre como A vida social no Brasil nos meados do século XIX.

2 comentários:

  1. Não mandei deixar pegadas no meu mundo. Agora vou te seguir! :) Adorei esse último post. bjbj

    ResponderExcluir
  2. Amei!!!!! Incrível, me inspirou para um pesquisa na universidades

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails