sábado, 30 de maio de 2009

New Rave

O New Rave é um movimento urbano nascido no Reino Unido em 2006, e que se espalhou rapidamente pela Europa, EUA e Japão. Se baseia na mistura dos movimentos “New Wave”, muito popular nos anos 80, e “Rave”, dos anos 90. Os estilos englobados por esse novo movimento são a música eletrônica, new wave, disco, indie e punk.

Um dos aspectos mais interessantes desta tribo é o uso do bom humor e da ironia. Além disso, ao contrário de algumas subculturas marginais, o New Rave não possui pretensões políticas. Assim, aquilo que parecia totalmente descompromissado e até um pouco anárquico acabou tornando-se um movimento amplo.

Não se tem muita certeza sobre a origem exata do termo new rave, mas a versão mais aceita é que a expressão surgiu de um trocadilho feito despretensiosamente por Jamie Reynolds, baixista do Klaxons, “ele inventou como uma piada em um pub em 2005, um jornalista ouviu e agora todo mundo usa. Somos uma banda de rock, mas o elemento rave vem do que as pessoas sentem em nossos shows. Elas tem a mesma exitação que havia nas raves do começo dos anos 90, o termo ficará redundante quando ouvirem nosso álbum”, explica o vocalista e teclatista James Righton, do mesmo grupo.

Assim como geralmente acontece nestes casos, a música foi o ponto de partida para o movimento. A banda Klaxons foi a primeira a difundir o estilo pela Europa. Não é para menos, a banda foi eleita pela revista musical britânica NME - New Musical Express - como os queridinhos da hora em meados de 2005. Após isso, novas bandas surgiram, como Hadouken!, New Young Pony Club, SHITDISCO e a brasileiríssima CSS (cansei de ser sexy).
O visual new rave combina cores fluorescentes a símbolos típicos da New Wave - como raios, estrelas, silks em palavras de ordem ou elementos de universos digitais, desconstruindo o significado inerente a estes símbolos. Assim, imagens de personagens de games são trabalhadas de modo a se assemelharem a desenhos étnicos ou, de forma lúdica, são elaborados de modo totalmente inusitado, misturando outros elementos como frases bem-humoradas, imagens distorcidas e principalmente cores, muitas cores.
Estampas New Rave:


A batida eletrônica e as roupas em materiais sintéticos acabaram por conquistar novas fronteiras, deixando de ser uma manifestação underground para invadir as ruas de vários centros urbanos e, como conseqüência, as passarelas internacionais. Alguns designers e estilistas claramente beberam da fonte do New Rave e propõem peças que brincam tanto com as cores típicas do movimento como com o estilo difundido por este. Para a coleção Verão 2007/2008, Christopher Kane buscou aliar os tons flúor ao shape inspirado em Azedine Aläia, lançando a idéia na Semana de Moda de Londres. A grife londrina Cassette Playa é uma favorita dos adeptos da moda, com suas roupas psicodélicas e muito alegres. As camisetas da inglesa House of Holland também fazem sucesso nas baladas new rave e viraram objeto de desejo de muitos descolados. Outras marcas que exploraram este universo foram Jeremy Scott, Martin Margiela e Louise Goldin, que teve sua coleção de verão 2009 aplaudidíssima pela imprensa. Por fim, chegou o momento dos grandes magazines europeus absorverem a idéia.

House of Holland:

Cassete Playa:


As grandes redes de lojas H&M e Zara, além de outras não tão grandes, mas igualmente representativas como Top Man, acolheram a onda New Rave com otimismo, atentas às exigências de sua clientela jovem. Como essas empresas obviamente visam a comercialização de massa, o estilo acabou sofrendo algumas alterações e tornou-se menos inventivo, mas manteve a essência. Em alguns momentos, apenas as estampas representam a inspiração no New Rave.

Em outros, são os acessórios que se inspiram no estilo, mas o que interessa mesmo, no final das contas, é que o que era para ser uma manifestação underground, ligada a uma linguagem de um grupo específico marginal ao establishment social acabou por influenciar a moda, gerando modismos que não abandonarão tão cedo as vitrines contemporâneas.

Looks New Rave:


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Neoconcretismo

O neoconcreto nasce a partir da divergência dos grupos concretos de São Paulo e Rio de Janeiro. Com pensamentos diferentes, cada um segue um rumo para uma nova tendência da arte.

O Manifesto Neoconcreto de 1959 aborda a racionalização gerada pelo concretismo. Eles defendem a liberdade de experimentação, o retorno às intenções expressivas e o resgate da subjetividade. Com isso, a recuperação das possibilidades de criar do artista unidas a interatividade do espectador, tentam acabar com a relação técnica da obra criada pela concretismo.

Amilcar de Castro

Ainda há referências geométricas no movimento, mas aliadas à tecnologia e à ciência, acabam por gerar novas linguagens. Amilcar de Castro trabalha em suas esculturas cortes e dobras em materiais rígidos, como o ferro. As formas geradas levam o espectador a experimentar novos enquadramentos e recortes do ambiente que a obra está inserida.

Hélio Oiticica, Relevo Espacial, 1959. 62,5 x 148,2x 15,3cm

Helio Oiticica também trabalha com geométricos em Relevo Espacial, onde as formas conquistam o espaço, quebrando a distância entre obra e observador.
A cor vibrante, antes recusada pelo concreto, agora faz parte das pesquisas neoconcretas.

Alguns Artistas:
Amilcar de Castro
Ferreira Gullar
Lygia Clark
Lygia Pape
Aluísio Carvão
Hélio Oiticica
Alfredo Volpi

A Maria Bonita em seu desfile de Verão 2008, trabalhou os recortes, formas, cores e estampas com referências no neoconcreto.


Mais informações:
www.itaucultural.org.br
www.amilcardecastro.com.br
www.heliooiticica.com.br
www.mariabonita.com.br

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Concretismo

Em 1951, o Brasil passava por um momento de tensão. Getúlio Vargas voltou ao posto de presidende da república por meio do voto popular, mas a pressão dos grupos oposicionistas e dos militares desencadearam uma crise que mais tarde o levaria ao suicídio. Começa então um governo militar e castrador com a desculpa de reorganização social.
Hermelindo Fiaminghi, Sem título, década de 50.

É neste clima que a arte no Brasil toma um rumo mais politizado e concreto. O figurativo desaparece dando espaço a uma estética geometrizada. Agora o concreto é aquilo que você está vendo. A redução sistemática e o ceticismo fazem do concretisto a primeira arte do Brasil a acompanhar um pouco o seu tempo, e ter fortes referências estéticas com o minimalismo.
Luis Sacilotto, Estruturação com Elementos iguais, 1953.

Os dois centros culturais mais fortes do concretismo foram Rio e São Paulo, o que de certa forma fez com que o movimento se tornasse um pouco elitista e fechado. A literatura e a música também tiveram a influencia do movimento.

Alguns artistas:

Ivan Serpa
Luis Sacilotto
Hermelindo Fiaminghi
Franz Weissman
Alfredo Volpi

Concretismo e moda

Alguns estilistas se inspiraram nas formas e cores do concretismo brasileiro.
No desfile de Inverno 09 da CORI até a cenografia colaborou para o clima geométrico.

Maria Bonita Extra também trabalhou as bandeirinhas de Alfredo Volpi na coleção de Inverno 07

Mais informações:
www.sacilotto.com.br
www.pinturabrasileira.com
http://moda.ig.com.br/galeria/2009/01/18/desfile_cori_227893.html

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Era uma vez um corpo...

A revista mag! no13, traz como tema a CRENÇA. E que crença temos em nosso corpo nos dias de hoje? Amanda Lepore abre a reportagem dizendo: "Há sempre uma cirurgia nova para mostrar". Se éramos inseguros com nossa aparência a 100 anos atrás, hoje com toda esta maquiagem e manipulação das imagens não há quem não tenha incertezas com relação à alguma parte de seu corpo.

Cada cultura nos impõe certos padrões, sejam eles de tatuar o corpo, deformar os pezinhos ou colocar anéis no pescoço ao longo da vida. E hoje nós podemos sim esquecer de certos "defeitos" e após uma cirurgia ter uma nova vida. O que seria da americana Connie Culp se a medicina não estivesse tão avançada?

Mas será que após a primeira tatuagem você se sente satisfeito? E após a primeira plástica, as necessidades foram supridas? Tentamos de alguma forma nos enquadrar e criar uma identidade que nos insira em algum grupo, mas com a velocidade das informações, mudamos de opinião e gostos como se muda de roupa. Nosso corpo vira apenas uma "boa base" que com muito trabalho e esforço se constrói o corpo perfeito.

domingo, 3 de maio de 2009

Da Cerâmica ao Tecido

Ao ver o início do vídeo (clica pra ver no Youtube) do último desfile da Jil Sander, Fall 2009 Ready-to-wear, a primeira coisa que me veio a cabeça foi que realmente a Jil Sander é uma marca minimalista a começar pela ausência de cenário, passando pela pouca maquiagem e penteado enxuto das modelos e terminando com o jeito seco com que elas caminham e a música clássica bem limpa e de poucos acordes. É tudo sempre muito enxuto, com excessão do impecável trabalho de modelagem com recortes perfeitos.

Acontece que desta vez, Raf Simons, estilista da marca, surpreendeu a todos ao interromper bruscamente a ode ao minimalismo bem construído e tradicional do legado Jil Sander com um blackout, seguido por um jogo de luzes coloridas e uma nova trilha sonora, composta por batidas eletrônicas contidas e repetidas.

Passado o "susto", a platéia pôde se deleitar com a nova proposta de Raf. Roupas minimalistas ultra modernas, com modelagens incríveis que recostruiam o corpo da mulher, toques de cores ácidas e o mais interessante: a inspiração literal vinda do trabalho do ceramista Francês Pol Chambost. Os vasos de barro se transformaram em formas e cores nos tecidos, tudo isto sem perder a essência que o nome Jil Sander traz consigo.

Abaixo algumas fotos comparando looks do show com as obras de Pol Chambost, é só clicar para ver maior:



Para ver as fotos do desfile completo clica aqui.
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