domingo, 21 de junho de 2009

"de kitsch e louco, todo mundo tem um pouco"

Kitsch, vem do alemão (verkitschen), o termo é usado para categorizar objetos de valor estético exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia existente.

A produção Kitsch surge para suprir a demanda de uma classe média em ascensão, que não conseguia entender e aceitar a arte de vanguarda, com suas propostas inovadoras, mas desejava participar do "universo da arte”, tudo por uma questão de status social, queria parecer culta e apreciadora da arte.
Hoje o kitsch se tornou sinônimode breguice. Na verdade o kitsch caracteriza- se pela ausência de estilo. É uma mercadoria ordinária, uma cópia artificial de algo real, produções de caratér decorativo, sem uma funcionalidade, que podem carregar um valor simbólico e sentimental.

Sabe aquele pinguim de geladeira na cozinha da sua mãe, as flores artificiais da sala da sua casa, as miniaturas da torre eiffel (souvenir em geral), anões de jardins, corações de pelúcia, Disneylandia, Las Vegas, paisagens em bolas de plástico na qual cai neve ao sacudirmos? Então! Tudo isso é kitsch!

Peguemos o exemplo da miniatura da torre Eiffel, primeiramente ela é uma miniatura, ou seja, é uma cópia de um objeto real em outra proporção, segundo pelo valor sentimental que ela carrega pois lembra daquela vez que você foi Paris (assim você jamais esquecerá da viagem, e é uma forma de manter essa lembrança sempre viva).

Um dos temas preferidos dessa estética é a religiãoe o misticismo: santinhos, anjinhos, duendes, luas e estrelas, cruzes enfeitadas, imagens de Cristo que piscam o olho, imagens de Krishna, estatuetas multicoloridas de Buda, ETs, etc. são ótimos para produtos populares e devem ser considerados seriamente.


*Consumir é a nova alegria da massa, consome se Mozart, museus, sol, consome-se as Ilhas Canárias, e faz-se a Espanha em oito dias (Morin). Esta é a nova espontaneidade, muito embora esteja estruturada e condicionada pela maior parte da sociedade global. Consumir é muito mais que a simples aquisição pela qual o homem pretende inscrever-se no eterno, e por esta via, aliena-se eventualmente ao elementos de seu cenário, como fazia o Pai Goriot com suas prioridades; consumir significa antes exercer uma função que faz desfilar pela vida cotidiana um fluxo acelerado de objetos entre a fábrica e a lata de lixo, o berço e o túmulo, numa condenação necessária ao transitório, ao provisório. Ao contrário do século XIX, o objeto é perpetualmente provisório, torna-se produto, é a nova modalidade Kitsch. Constrói-se aqui um novo tipo de alienação do homem em relação a seu ambiente


Esse termo entrou no nosso cotidiano apartir do momento em que a industrialização mudou a vida do homem, os objetos foram produzidos em massa e o consumismo foi cada vez mais estimulado na cultura capitalista.

* O fênomeno Kitsch baseia-se em uma civilização consumidora que produz para consumir e cria para produzir


Então isso inclui vestuários produzidos em larga escala e aquelas cópias “identicas” de roupas e acessórios de marcas caras vendidas nesses shoppings populares por um preço mais acessível, porém de material inferior.

O consumismo se alimenta do prazer hedonista que a aquisição de um objeto provoca na pessoa.
Do ponto de vista estético o kitsch tem tendência ao exagero e à acumulação de elementos numa só composição.



Agora você pode estar pensando “então tudo é kitsch?!”, depende do ponto de vista, de nossas atitudes, da maneira de aquisição de um produto e o valor (sentimental, funcional, religioso) desse produto, o conceito pode ser aplicado. Lembrando que Kitsch não precisa ser necessariamente uma coisa ruim, o ser humano tem uma tendência natural ao Kitsch, por isso, precisamos analisar o nosso produto também sob este aspecto. Alguém já disse que em toda arte existe um pingo de Kirsch, por isso é muito difícil existir uma idéia totalmente isenta de pieguice. Devemos tomar consciência deste fato e tentar usar esse elemento ao nosso favor.

Veja abaixo alguns artista que trabalham em cima da estética kitsch.

David Lachapelle


David LaChapelle é um fotografo norte americano, durante o final da década de 80 e na década de 90 LaChapelle começou a ser grandemente reconhecido na cena nova-iorquina. O seu primeiro trabalho profissional enquanto fotógrafo ao serviço da revista Interview, foi pela mão precisamente do seu fundador, Andy Warhol.

David cria imagens surreais através de fotos ultra saturadas que misturam o glamour, o pop com o onírico, o clássico com o popular, o sério ao engraçado, o sagrado ao profano. Suas fotos usam a computação gráfica de forma inteligente, onde há sempre um aspecto lúdico em que não se sabe onde termina a imagem e começa a manipulação.

Já fez trabalhos para revistas como a Italian Vogue, Vanity Fair, Rolling Stone, i-D, Vibe, Interview, e a The Face, entre muitas outras. Dentro da publicidade, o currículo de LaChapelle estende-se a marcas como L’Oreal, Iceberg, MTV, Ecko, Diesel Jeans, Sirius, Ford, Sky Vodka, etc. Além de retratos que faz dos mais famosos artistas contemporâneos, LaChapelle concebeu capas para os albums de músicos como Macy Gray, Moby, No Doubt, Whitney Houston, Lil’ Kim, Elton John, e Madonna.

Ronaldo Fraga

O kitsh diverte. Essa é outra característica da estética, que o estilista Ronaldo fraga consegue trabalhar muito bem, ao mesmo tempo que suas roupas chocam, também divertem.

Ronaldo trabalha com ícones e símbolos que provocam lembranças e sentimentos nostálgicos de uma forma surreal, construindo acessórios, roupas e estampas em cima desses elementos. Assim o estilista criou o nome da sua marca, com o intuito de trazer o consumidor para um mundo de sonhos e fantasias.




Irina Block

Nem a gripe suína escapou do kitsch, a designer Irina Blok criou várias layouts divertidas para máscaras cirúrgicas, reproduzindo vários padrões e imagens nas mesmas.

Moulin Rouge

Taí um filme totalmente kitsch, no seu cenário, figurino, história e canções fantasiosas e exageradas.

Estampando o natural

As velhas e artificiais estampas de oncinha e zebra em ligeries, bolsas, vestidos, blusas, calças e sofás. Mais uma vez o homem tentando trazer a natureza para mais pero de nós.
*Trechos retirados do texto "o que é kitsch?"

sábado, 20 de junho de 2009

Os anos Rebeldes

Que tal uma retrocpectiva de alguns fatores e personalidades que marcaram a década de 60 e influenciaram o mundo?

Muita coisa aconteceu nos anos 60, é claro que não da pra falar de tudo, mas vamos citar alguns que tiveram grande importância principalmente para o mundo da moda.

Estados Unidos X Rússia – A intensificação da guerra fria
A guerra fria que atingiu todo o mundo, uma disputa entre as duas superpotências da época: Estados Unidos e União Soviética, o bloco capitalista versus o bloco socialista.
A disputa por hegemonia política, econômica e militar no mundo atravessou décadas, cada um de lado buscando por desenvolvimento tecnológico, o jogo que quem conseguia contruir o maior arsenal de armas nucleares.


A corrida do homem na concretização da chegada na Lua


- Em outubro de 1964 a Voskhod 1 foi a primeira nave a transportar mais de uma pessoa (três) ao espaço. Em 18 de março de 1965, a Voskhod 2, com duas pessoas a bordo, registrou o primeiro "passeio" espacial. Aleksey Leonov foi a primeira pessoa a sair de uma nave espacial e "flutuar" no espaço, onde ficou por dez minutos

- Em todo o mundo cerca de um bilhão de pessoas assistiram pela televisão ao pouso do módulo lunar da Apollo 11, batizado de "eagle", no solo de nosso satélite. Neil Armstrong entrou para a história como o primeiro homem a pisar na Lua, sendo logo seguido por seu companheiro Edwin Aldrin. Os dois passaram 22 horas na Lua, sendo dessas, 2 horas e 40 minutos fora da nave.

A herança da Segunda Guerra mundial para os EUA



- Os EUA acabaram herdando uma classe intelectual, muitos artistas fugiram do nazismo para o país



- Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os maridos voltaram para suas casas, o resultado foi uma onda de nascimento de bebês na década de 50, fenômeno que ficou conhecido como Baby Boom. Na década de 60, esses bebês se tornaram jovens, que acabou gerando novidades, buscando novos visuais, diferentes pensamentos e um tipo de vida diferente da dos seus pais, a geração de 60 iniciou uma grande geração de consumistas.



*Nota: É valido lembrar que os anos 50 foram marcados por uma crise no moralismo rígido da sociedade, expressão remanescente do Sonho Americano que não conseguia mais empolgar a juventude do planeta.

O América way of life

- O capitalismo injetado diretamente na veia dos americanos e países por eles ifluenciados, durante a Guerra Fria propagou um meio de vida estimulando o consumo e depreciando tudo estava ligado ao socialismo. A família feliz era composta por donas de casas, com maridos engravatados, bem sucedidos e com dois carros na garagem, que cuidavam dos seus filhos e cozinhava alegremente na sua cozinha cheia de eletrodomésticos novinhos.



- Os anos 60 revelaram as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos.

Jackie Bouvier



- Jacqueline Lee Bouvier Kennedy Onassis foi a esposa e primeira-dama de um dos presidente norte-americano mais queridos nos EUA: John F. Kennedy (entre 1961 e 1963). Se tornou um ícone da moda e uma figura importante dos anos 60 por sua elegância, inteligência e influência.
Até hoje Jackie é lembrada no mundo da moda por seu bom gosto e principalmente pelos seus famosos tailleurs.



I want to hold your hand

- Os Beatles foi a banda de rock que existiu durante toda a década de 60, seguidos por The Rolling Stones, The Who, The Animals e vários outras.
O “Quarteto Fabuloso" como eram chamados, obtiveram fama, popularidade e notoriedade até hoje inéditas para uma banda musical, e se tornaram a banda de maior sucesso e de maior influência do século XX. Suas vestimentas, os cortes de cabelo, e sua crescente consciência social influenciaram a forma de ser dos jovens da geração 60.
É em 67 que os Beatles lançam aquele que é considerado o melhor álbum da história: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. O álbum se tornou um dos discos mais vendidos da história e tido como o mais influente.



Movimento Hippie - "Make Love Not War".


- O movimento teve inicio nos anos 60, nasceu e teve o seu maior desenvolvimento nos EUA. Foi uma reação ao consumismo, às guerras, ao capitalismo, a desigualdades da sociedade americana. Defendiam os valores da natureza, o amor, a paz, a liberdade sexual, a liberdade de expressão e abraçavam aspectos de religiões como o budismo e o hinduismo.

Na sua expressão mais radical, os jovens hippies abandonavam o conforto dos lares paternos e rumavam para as cidades, principalmente S. Francisco, para aí viver em comunidade com outros hippies; noutros casos estabeleceram-se em comunas rurais.


- Tanta coisa aconteceu e surgiu nessa década. A idéia do ecletismo acabou cultuada, tudo acontecia ao mesmo tempo, vários assustos eram discutidos, vários gêneros musicais escutados.

No Brasil

- A ditadura militar no Brasil foi um governo iniciado em abril de 1964, após um golpe articulado pelas Forças Armadas, em 31 de março do mesmo ano, contra o governo do presidente João Goulart. Reprimindo qualquer tipo de manifestação socialista.


- Em 1963 surge o Clube da Esquina, importante conjunto musical mineiro, com Milton Nascimento e os irmãos Borges.



-Surge o Movimento Tropicália, em 1967. Com Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de Os mutantes, Tom Zé e Torquato Neto. (O assunto será abordado em outro post)



- Em 1965 Elis Regina interpreta Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, e com isso surge a MPB, ou Música Popular Brasileira, no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record

- A bossa nova surgiu no final da década de 1950 e início da de 1960, um novo modo de cantar e tocar samba naquela época que acabou tomando uma dimensão muito maior, o estilo musical se tornou muito conhecido posteriormente, um gênero original totalmente criado na identidade brasileira. Seus principais repercusores foram: João Gilberto, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim, Nara Leão, Carloz Lyra e entre outros.



- O programa Jovem Guarda estreiou em 1965, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, e acabou gerando o movimento com o mesmo nome, onde os jovens tiveram pela primeira vez um espaço, lhes permitindo uma identidade própria, pois foi a primeira vez que se era dedicada aos adolescentes uma parte do cenário cultural.

- O cabelo de Roberto Carlos na época era o símbolo da juventude.

*Nota: Como já visto em post anteriores sobre teddy boys, mods, rockers, a bossa nova, jovem guarda e rostos como twiggy e Audrey Hepburn viraram referências da geração jovem e fizeram a moda da geração que se construiu nos anos rebeldes.

Parada obrigatória!


E olha só o que eu achei por aí, uma propaganda da Renner dos anos 60! Relíquia!

A partir desses e vários outros fatos que deram vida aos anos 60 desencadeou outros fatores e uma série de consequências em um futuro posterior.

É inevitável não lembrar dos anos 60 como a década, rebeldes, revolucionária e ao mesmo tempo dourada.

Menos é Mais

Menos é mais! Podemos dizer que esta é a máxima do movimento artístico conhecido como Minimalismo, que influencia tanto a moda quanto o design como um todo.
O Minimalismo traz consigo fortes heranças do Construtivismo Russo que, através da experimentação formal, procurava uma linguagem universal da arte, passível de ser absorvida por toda a humanidade. Durante a Revolução Russa, com sua necessidade de desenvolvimento tecnológico, os construtivistas se apoderaram desta tecnologia para dar origem a abstrações as quais foram seguidas por vários movimentos, dentre eles o Minimalismo.

Dan Flavin


Este movimento artístico tem como seu resumo três palavras: simplicidade, sofisticação e tecnologia. Dessa forma, as cores e formas das artes minimalistas sofrem uma redução sistemática. O Minimalismo é uma arte cética que não quer pregar ilusões, por este motivo, torna-se uma arte fria e sem emoção.


Jasper Johns


Um dos objetivos principais do Minimalismo era trabalhar com a realidade, sem mitologia e sem história, olhar o agora e não o passado.

Donald Judd

Outros artistas minimalistas: Frank Stella, Robert Morris, Sol Lewitt, Carl Andre e Adolf Loss.


Na moda, os estilistas minimalistas, são conhecidos por seu impecável trabalho de modelagem e primazia no corte e acabamentos. Os tecidos são quase sempre tecidos tecnológicos e a cartela de cores é sempre bastante enxuta.

Yohji Yamamoto SS 09

Calvin Klein SS 09


Jill Sander SS 09


Outros estilistas minimalistas: Andre Courréges, Mary Quant, Martin Margiela e Lanvin.

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